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Mobilização pelo dialeto Hunsrik

Dialekt vs. HochdeutschImage by mkorsakov via Flickr
Em Santa Maria do Herval, região de Novo Hamburgo, RS, surge forte a mobilização em favor do Hunsrik - a faceta brasileira/latino-americana do Hunsrückisch. Cada língua é parte de uma família lingüística, tem "parentes". 

Se uma destas já foi descrita fonologicamente, ou se esta já tem ortografia e talvez até literatura, é bom estudar esta situação. Para o Hunsrik isto se aplica: os imigrantes da Alemanha, Suíça, Áustria do século 19 e 20 saíram de uma cultura onde uma educação escolar já tinha um grande valor e estava ao alcance da maior parte da população, inclusive dos que migraram. Por isso, a língua Alemã – não do Hunsrik, que figurava como "dialeto" e não era codificado – foi ensinada nas escolas até a sua proibição durante a Segunda Guerra Mundial. 

Os falantes da língua germânica Hunsrik, se quiserem escrever a sua língua materna, tinham que aprender Hochdeutsch que era codificado desde o século 16 quando o Dr. Martinho Lutero traduziu a Bíblia para o alemão e assim o estabeleceu. Quando estes migraram para o Brasil no século 19, alguns trouxeram suas Bíblias, e a formação escolar era parte firme da sua cultura.

Com os acontecimentos durante a Segunda Guerra Mundial esta educação perdeu-se em grande parte. A fala da língua Hunsrik permaneceu e continuou a desenvolver-se. Os falantes tornaram-se mais bilíngües em português e não aprenderam mais o alemão. Assim hoje o interesse renovado de ler na língua materna é desligado do conhecimento do Hochdeutsch que é percebido como uma ciência quase perdida e difícil de aprender. 

De fato não tem nenhuma necessidade de saber ler Hochdeutsch para ler ou escrever Hunsrik.

Assim estamos propondo para o Hunsrik sul-americano escrevê-lo de maneira regular, segundo os fonemas (não os sons) da língua. Fizemos uma análise dos fonemas do Hochdeutsch da Alemanha (língua materna da autora) e a apresentamos na parte 2 deste trabalho. Também consideramos os fonemas da língua Portuguesa do Brasil como é falada no RS, e os apresentamos na parte 3 deste livro. Enfim na parte 4 explicamos a nossa análise fonológica do Hunsrik do Brasil e uma maneira de escrevê-lo ortograficamente, levando em consideração o seu contexto geográfico na América Latina e cultural em contato com o Português.

Seria perfeitamente possível ensiná-lo como língua de primeira alfabetização das crianças que o falam em casa como língua materna ou dos avós. De fato seria melhor alfabetizar cada criança na sua língua materna em vez de exigir que ela aprenda uma outra língua antes de ser alfabetizada.

A criança que chega na escola para ver que os seus conhecimentos já adquiridos em casa não valem nada fora dificilmente pode desenvolver a autoconfiança necessária para ter uma vida realizada. Diante dos problemas normais de toda a vida humana sempre se achará insuficiente. Isto pode levá-la até o desespero. Isto simplesmente porque a alfabetização foi feita numa língua que ela desconhece ou conhece mal.

Assim esperamos que nosso trabalho possa ser útil para uma nova escola brasileira, a escola que alfabetiza na língua materna do colono.

Fonte: Dr. Ursula Wiesemann / www. hunsrik.org
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