Parentes de vítimas da Segunda Guerra podem pesquisar e recuperar objetos de parentes perseguidos pelo regime nazista |
Os Arquivos de Arolsen abrigam mais de 50 milhões de documentos sobre vítimas do nazismo e alguns de seus pertences. A repórter da DW, Emmanuelle Chaze, visitou o local e descobriu o destino de seus familiares na Segunda Guerra.
Bad Arolsen é uma pequena comunidade escondida numa região bucólica do estado alemão de Hessen, no centro da Alemanha. Na tranquila e pitoresca cidade ficam os Arquivos de Arolsen, cujo nome oficial é Centro Internacional de Perseguição Nazista, antes conhecido como Serviço Internacional de Rastreamento (ITS).
Algumas semanas atrás, antes do 80º aniversário do início da Segunda Guerra, acompanhei a DW na gravação de uma reportagem nos Arquivos de Arolsen, que abrigam mais de 50 milhões de documentos sobre o destino de cerca de 17 milhões de vítimas do regime nazista. Mal sabia o que me esperava quando fui lá naquele dia, mas, depois de conhecer um homem que tinha ido buscar os pertences pessoais de seu pai, decidi examinar mais profundamente a história da minha família na esperança de descobrir algo novo.
Jean-Paul Garcia, um francês de 60 anos de idade, veio de um vilarejo perto de Bordeaux para receber alguns objetos pessoais que pertenciam ao seu pai, Antonio Garcia, um prisioneiro de guerra. Ele havia fugido do regime de Francisco Franco na Espanha para apoiar a Resistência Francesa. Ele foi preso pelos nazistas em 1944 e enviado a um campo de trabalhos forçados.
Ao final da guerra, aproximadamente cinco mil objetos foram provisoriamente colocados sob a vigilância primeiramente da Cruz Vermelha, depois dos Arquivos de Arolsen. Relógios, joias, cupons, cartas e fotografias provenientes de campos de concentração ou de centros de transferência de prisioneiros, principalmente Neuengamme e Dachau. A central dos Arquivos de Arolsen não é proprietária legal dos objetos. A instituição apenas os salvaguarda na esperança de devolvê-los a seus donos por direito.
Atualmente, cerca de três mil bens pessoais de ex-detentos estão armazenados em Bad Arolsen, e uma equipe de pesquisadores trabalha incansavelmente para localizar e contatar os parentes das vítimas. A campanha Memória Roubada foi lançada em 2016 para redobrar os esforços de restabelecer os objetos pessoais. Com a ajuda de voluntários, centenas de famílias de vítimas puderam ser localizadas.
Um desses casos foi o de Garcia, cuja visita aos Arquivos de Arolsen foi muito emocionante – para ele e sua esposa, mas também para a equipe que conseguiu rastreá-lo para devolver os bens perdidos de seu pai: um relógio, um cupom de racionamento alimentar e um anel.
Fonte: DW
0 Comentários
Obrigado pelo seu comentario!!! Volte Sempre!!!