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Viajando pela Alsácia e seus belos campos de vinhedos


A Alsace é uma das mais importantes e respeitadas regiões produtoras da França, fato evidentemente ligado à inegável qualidade de seus vinhos. Porém, trata-se de uma região peculiar, por vários e distintos aspectos culturais. A sua capital Estrasburgo, fica apenas a 120 km da capital de Saarland, Saärbucken, estado da terra natal de Leonhard Volz, (Niederlinxweiller) primeiro imigrante Volz a chegar em terras brasileiras.

Falamos aqui de uma região que, ainda que profundamente francesa, traz em si as profundas marcas culturais que são frutos dos séculos de disputa de seu território por franceses e alemães e que só teve seu fim após o fim da II Guerra Mundial. A gastronomia, a arquitetura e muitos outros aspectos da vida alsaciana carregam estas marcas.

Não seria diferente na vitivinicultura.

Na Alsace utiliza-se garrafas alongadas para os vinhos, semelhantes às alemãs e ainda se rotula quase sempre os vinhos como varietais, informando claramente no rótulo a uva ali utilizada, fato pouco comum entre as muitas regiões produtoras daquele país.

Outro ponto de convergência está na própria seleção das uvas: entre as castas cultivadas na Alsace, 4 são consideradas “nobres”, duas delas de origem alemã (Riesling e Gewürztraminer), complementadas por Pinot Gris e Muscat que, ainda que não sejam alemãs, são também muito cultivadas ali.

Mesmo o estilo dos vinhos traz suas semelhanças. A Alsace tem verões quentes e secos, de forma que os vinhos tem mais corpo e estrutura que seus similares germânicos, mas ainda com importante frescor e elegância, além de especial atenção à expressão aromática dos vinhos e a existência dos estilos mais doces Vendanges Tardives e Sélection de Grains Nobles, outro aspecto também muito valorizado pelos alemães.

Hoje nossa atenção estará centrada nas duas castas mais emblemáticas da região, ambas importante parte de nosso portfólio: a Riesling e a Gewürztraminer.

Para muitos fãs, Riesling é aceitável somente em sua versão francesa, como um vinho da Alsace, a única região da França onde esta casta alemã é permitida oficialmente.

Os vinhedos daquela que é considerada a mais nobre casta da Alsace, pelos seus próprios produtores, tem aumentado lentamente, passando de cerca de 3.000 hectares no final dos anos 1980 para quase 3.500 hectares em 2011.

Na Alsace, para produzir Rieslings de alta classe, assim como na Alemanha, é fundamental que seus vinhedos tenham localização privilegiada, como é o caso de muitos dos famosos Grands Crus da Alsácia.

A marca da Alsace tem sido a produção de vinhos secos a partir de uvas aromáticas, como a Riesling e, certamente, a grande maioria dos Rieslings da Alsace apresentam o perfume sedutor da variedade, usualmente encorpados e muito secos.

O número de clones autorizados de Riesling pode ser uma pequena fração dos que estão disponíveis para os produtores alemães, mas o clima seco da Alsácia minimiza o risco de podridão e torna a maturação estendida uma possibilidade real, nos estilos Vendanges Tardives e os suntuosos Sélection de Grains Nobles.

Já a Gewürztraminer, com seus mais de 2.900 hectares de vinhedos na Alsace, onde representa cerca de 19% da área total, encontra aqui sua máxima expressão. Essa mutação da Savagnin Rosé é conhecida por sua casca rosada e seus vinhos intensamente aromáticos.

Com uma característica de atingir facilmente níveis elevados de álcool, com acidez média, é uma uva muito valorizada na produção de vinhos doces, mas também produz deliciosos exemplares mais secos, sempre, no entanto, demandando especial atenção do produtor, afim de evitar que tenhamos vinhos desequilibrados.

Fonte: Belle Cave

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