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Museu Histórico Visconde de São Leopoldo festeja



Dr. Marcos Witt: "A festa dos 100 anos estará garantida"

Museus são locais onde fica guardada a história de uma cidade, de uma região, de um povo. O Museu Histórico Visconde de São Leopoldo, criado em 1959, conta como se formou nossa região que foi construída principalmente pelos imigrantes vindos da Alemanha. Milhares de estudantes visitam o museu todo o ano para conhecer mais sobre o nosso passado.

São Leopoldo, RS - O Museu Histórico Visconde de São Leopoldo, da cidade de São Leopoldo, berço da imigração alemã no RS, comemora 50 anos neste 20 de setembro já projetando seu futuro com a ampliação que prevê praticamente a duplicação do espaço. A nova área construída prevê 823 metros quadrados. Fundado em 1959, museu ganhou uma sala na antiga sede da Unisinos, e, depois, foi para uma casa na Rua Independência, 111 (sede do antigo Clube Riograndense), e desde 1985 está no prédio da Avenida Dom João Becker, 491. O prédio de dois andares, com 860 metros quadrados, ficou pequeno para abrigar o rico acervo, que além de milhares de peças e objetos, possui 150 mil documentos, mais de 13 mil fotografias, 14 mil volumes de livros e ainda uma extensa coleção de periódicos. No ano passado, 63 doadores encaminharam objetos ou documentos para o museu. Somente no primeiro semestre deste ano, 41 doadores já deixaram algum material, contra 23 em 2007 e, 25, em 2006.

"O museu remete ao passado, mas nós precisamos olhar para o futuro’’, afirma o presidente do Museu Histórico, José Carlos Eggers, referindo-se ao projeto técnico de ampliação já concluído. Segundo o presidente, no entanto, não há previsão para o início da ampliação. Para o presidente, o trabalho coletivo é que merece destaque nos 50 anos do museu. "A comunidade tem tido um papel fundamental na trajetória do museu. Até aqui foi feito um trabalho a muitas mãos’’, diz destacando o empenho do historiador Germano Moehlecke e do professor Telmo Lauro Müller. Eggers também cita os diversos governos municipais e a Câmara de Vereadores que aprovaram leis que reverteram recursos para o museu. "As pessoas que fazem doações para o museu também merecem ser lembradas. Graças a elas temos um acervo fantástico. Queremos continuar contando com o auxílio da comunidade para ajudar a construir esta história daqui para frente.’’

Comemoração - Os festejos dos 50 anos devem se estender até setembro de 2010. Entre as ações até lá está prevista a publicação de um livro sobre o cinquentenário. Neste mês, em comemoração ao aniversário, já sediou no último dia 14, a reunião da 1.ª Região Museológica e para o próximo dia 28 está agendada a sessão solene na Câmara de Vereadores, às 19 horas. O Ciclo de Palestras A música na imigração que se iniciou no dia 1.º e segue até o dia 29 e o coquetel que será oferecido hoje à noite para autoridades e convidados também irão marcar a data.

"Para o próximo meio século, o foco, certamente, será o equilíbrio entre os propósitos originais e a adequação aos tempos de tecnologia e permanente renovação cultural’’, afirma o historiador no museu e doutor em História, Marcos Witt. "O museu buscará formas de manter-se atualizado, conectado com as novidades. Se conseguir trilhar este caminho, a festa dos cem anos estará garantida.’’

A história da nossa região

O Museu Histórico Visconde de São Leopoldo é uma entidade privada, sem fins lucrativos. Segundo o historiador Marcos Antônio Witt, o museu tem a origem relacionada à iniciativa de dez cidades que, originalmente, faziam parte do município de São Leopoldo, ponto inicial da imigração e colonização alemã no Sul do Brasil. Representantes destas cidades, entre elas Novo Hamburgo - que chegou a sediar reuniões na Fundação Evangélica -, tinham o objetivo de fundar um museu para guardar objetos, livros e documentos e preservar a história da imigração alemã. Apesar de ser reconhecido como o museu da imigração alemã, também tem peças e informações de outras etnias, como a indígena e a italiana. Conforme Witt, o grande diferencial do museu hoje é que ele se firmou como uma casa cultural da região. "Vamos continuar trabalhando neste sentido’’. Entre os projetos destaca-se o Música no Museu, além de ciclos de palestras abertas a comunidade, além de aulas de língua alemã e italiana.

Um sonho realizado

"O museu é o sonho do meu pai realizado’’, diz Elaine Ivelise Klumb, 56 anos, filha de um dos fundadores da casa, Telmo Lauro Müller, diretor por 48 anos do Museu Histórico. "Meu pai pensou em um local para guardar as coisas da imigração e, nem ele mesmo acreditou que teria tanta repercussão, inclusive internacional. Dizia que era um filho seu. O museu era como se fosse a sua casa. É uma pena que agora esteja acamado e não possa participar da celebração dos 50 anos.’’ Doente, o professor Telmo não estará na solenidade de comemoração do museu, mas certamente será um nome muito lembrado na noite.
Telmo Müller completou 83 anos no dia 17. Nascido em Lomba Grande, quando ainda pertencia a São Leopoldo na época, liderou o movimento que deu vida ao Museu Histórico em 1959. Formado em História e Geografia, foi professor e, depois, diretor da antiga Escola Normal, onde hoje funciona a Câmara de Vereadores. Lecionou no Instituto Rio Branco em São Leopoldo e na Instituição Evangélica de Novo Hamburgo.

O professor Telmo foi diretor do museu durante 48 anos, e, atualmente, é diretor de honra. É sócio-fundador do Instituto Histórico de São Leopoldo e foi membro atuante da Igreja de Cristo (a do relógio), sendo neto do construtor. O professor Telmo também é autor de diversos livros como Herança de Geração em Geração que fala da chegada dos primeiros alemães a São Leopoldo e a formação da comunidade evangélica no Município.

Cinquenta anos de um grande trabalho

O historiador Germano Moehlecke, um dos fundadores do Museu Histórico e primeiro presidente (cargo que ocupou por 42 anos e meio), diz que chegar aos 50 anos da instituição foi possível após um grande trabalho. "Cinquenta anos não são cinco dias’’, afirma. Moehlecke lembra que a primeira exposição ocorreu dia 25 de julho de 1960, quase um ano após a fundação. "Foi no Salão Nobre da Prefeitura e contava com cerca de 20 peças e alguns documentos, tudo de origem alemã’’, recorda. O historiador também ressalta o trabalho do fundador Telmo Lauro Müller. "Ele conduziu todas reuniões anteriores à fundação que ocorreu também no Salão da Prefeitura, durante gestão da prefeita Maria Emília de Paula.’’ Hoje, Moehlecke é presidente de honra do museu. Nos 50 anos de existência, o museu contou somente com dois presidentes. Desde 2001, José Carlos Eggers preside a casa.



Fonte: Jornal VS Online - Gruposinos Novo Hamburgo, RS - 19 09 2009
Site: www.jornalVS.com.br




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